Seguindo sua vocação, ingressou na Congregação dos Oblatos de São José em 1914. No entanto, a guerra o impediu de continuar seus estudos, sendo convocado para lutar por seu país.
Um fato curioso sobre Pietro Cuffini é relatado no livro "A Congregação dos Oblatos de São José no Brasil", do Padre José Antonio Bertolin, confira:
"Certa vez, quando estava em Turim, na Itália, deparou-se com uma patrulha de soldados que tinham ordens severas de executar quem desobedecesse à hora de recolher. Irmão Cuffini não tinha ordens nem armas especiais para estar perambulando por aquelas horas, mas por sorte possuía algumas estrelas em seu casaco.
O soldado, ao vê-lo, perguntou-lhe:
- Aonde você está indo?
- Aonde eu quero - respondeu Cuffini.
- Isso é resposta apropriada? E é essa a pergunta a fazer? - disse ele.
O soldado bradou novamente:
- Você sabe que posso mandar atirar em você?
Irmão Cuffini retrucou dizendo:
- E você sabe que posso mandar prendê-lo, pois sou da inspeção.
O diálogo terminou aí. Os soldados apressaram-se em ir embora, e Cuffini também, dando graças a Deus."
Após a guerra, em 1919, retornou para a congregação, professou os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência, e recebeu a batina. Em 1921, foi enviado em missão para o Brasil. Tinha um bom senso de humor, gostava de ajudar as pessoas e organizava quermesses nas comunidades por onde passava. Sua presença marcante é lembrada em Paranaguá, Ourinhos e Salto Grande.
Caminhava pelo seminário de Ourinhos com um rosário na mão e gostava de lidar com a terra, cultivando verduras e cuidando de abelhas na horta do seminário. A guerra certamente lhe proporcionou diversas experiências com receitas naturais. No Brasil, muitas pessoas iam até ele para conseguir as fórmulas de remédios naturais à base de ervas e creolina.
Era catequista, sacristão, operário. Para ele, não havia tempo ruim; fazia tudo o que podia. Devido ao seu porte físico e ao peso da idade, já andava lentamente, com respiração ofegante.
Faleceu em 4 de outubro de 1967, às 18h30, no Hospital São Sebastião em Salto Grande/SP, aos 86 anos. O atestado de óbito foi assinado pelo Dr. Raul Gonzalez de Moura, que deu como causa da morte "senilidade sem psicose", em outras palavras, "causas naturais".
Frei Cuffini cultivou a bondade e o amor por onde passou. Talvez não seja tão lembrado, já que viveu toda sua vida à exemplo do fundador de sua congregação, São José Marello, que propunha aos seus membros o silêncio, a humildade e o escondimento. Em Salto Grande, uma avenida foi nomeada em sua homenagem como forma de honrar o seu legado em nossa cidade.
Toda vez que visitar o cemitério de Salto Grande e passar por seu túmulo, lembre-se de sua história e faça uma prece por seu descanso eterno.
Foto: Frei Pietro Cuffini à esquerda, no centro padre Mario Tésio e à direita o padre Mario Briatore em Ourinhos (1951)
Referências:
BERTOLIN,
José Antonio. A Congregação dos Oblatos de São José no Brasil. Curitiba:
Província Nossa Senhora do Rocio, 1989. V. 1 e 2.
Parabéns Salto grande tem umas histórias muito lindas um cemitério abençoado cheio de gente famosas que estão junto a Deus muito maravilhoso as histórias pense mesmo que proclamar passar para frente a história é muito maravilhosa abençoada cidade e abençoada escrito que
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